IRMÃOS À OBRA

March 1, 2020

March 2020

 

“CORTAM-SE FLORESTAS, a gente quer plantar.” A frase é de Humberto Campana, que, ao lado do irmão, Fernando, vem fazendo história no panteão do design brasileiro. Se o foco foi fazer móveis e objetos-desejo em mais de três décadas, querem agora mostrar um lado mais artístico em espaços diversos. E por que não jardins?

A dupla concebeu uma floresta imersiva, com 120 colunas em piaçava – executada pela escola Spectaculu, do cenógrafo Gringo Cardia e da atriz Marisa Orth –, como parte de uma instalação no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio). Com mais de 100 peças, a mostra 35 Revoluções divide-se em alas: Metamorfose, Saber, Sonhos etc. São temas que contam a história dos irmãos, mas não em retrospecto. Sob curadoria de Francesca Alfano Miglietti, abre ao público dia 14 deste mês. Entre itens inéditos, há esculturas, cadeira de madeira e vaso feito com tubos de aço inox em meio a peças icônicas produzidas por eles.

A paixão pelo mato vem da infância em Brotas, interior paulista. No ano passado, os irmãos plantaram 15 mil mudas nativas em uma propriedade da família na cidade onde nasceram. Neste verão, foram mais duas mil. A ideia é transformar o lugar em um parque-museu, já que há dois galpões fechados repletos de obras – de móveis a esculturas, passando por objetos de decoração. Começaram a expor em uma pequena sala no clube de Brotas, onde pulavam os carnavais e tiveram o primeiro contato com arte. Mas pensam em algo maior. “Sonho é fazer um jardim no Brasil”, decreta Humberto. Algo público, como fazem lá fora. Tomam como exemplo a instalação assinada por eles na Università Statale di Milano.

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